Be a Housewife

Fala-se de tudo, desde economia, organização, desorganização e desvaneios:)
Afinal o dia-a-dia de uma housewife, mãe e mulher como muitas pelo mundo fora!!!

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Depressão pós parto

É um assunto delicado, que nem sempre se gosta de falar!
Eu pessoalmente, não gostava de falar nele. Pensamos que só acontece aos outros, pensamos como pode acontecer se estou tão feliz por ter este pequeno ser nos braços e ter tanto amor para dar!!!
A verdade é que acontece muitas vezes. Ás vezes é uma coisa passageira, outras é preciso tomar medidas para não descarrilar-mos!
A depressão pós parto pode ter origem na alteração hormonal durante a gravidez ou após o parto, assim como os medos e receios que uma mãe sente por ter uma vida que depende dela. Ter um bebé, por si só, já gera ansiedade e medos, juntando a pressão de outros e a falta de compreensão tudo se pode tornar pior.
Aconteceu comigo!
Não é agradável, e tinha vergonha!
O medo inicial de não ser boa mãe, de não perceber as necessidades do Miguel, de não o conseguir acalmar quando chorasse, todas sentimos isso!
Se juntar a isso uma família incompreensiva, que acha que pode por e dispor de nós, da nossa casa, não ter ajudas, passar o primeiro mês a dormir 2 ou 3 horas... A coisa começa a descarrilar!
O stresse era muito, ter alguém constantemente a tocar-me a porta, não perceberem que precisávamos de tempo para nós, só virem atrapalhar em vez de ajudar!
Cheguei a uma altura que não sabia bem o que sentia, além de me sentir má mãe, pois comecei a andar com ansiedade e nervosa. O choro do Miguel fazia-me uma enorme confusão! Ele chorava e eu também chorava, sentia-me tão cansada e esgotada, que a certa altura era o João que me acordava de noite para me dizer que o Miguel estava a chorar. Foi dando cabo de mim... "como é possível que eu não o oiça..."
Tive sensação de estar a entrar num buraco muito fundo, estava sempre triste, deprimida!
Aquilo que pensava que acontecia só aos outros estava acontecer a mim. Daí chegou um meu maior medo... Tinha medo de entrar em paranóia!
De não tratar bem do Miguel, de por algum motivo, não sei qual, puder fazer alguma coisa que o magoasse!
Isso era impensável... Não podia chegar a isso!
Foi ai que decidi falar. Fui à médica. Expliquei tudo o que se passou, disse tudo aquilo que sentia!
Admiti que não estava bem! Por muito que adore o Miguel, eu tenho de estar bem para lhe poder dar o melhor de mim e fazê-lo sentir-se bem!
Tratar primeiro de mim fazia-me sentir egoísta, mas há aspectos em que temos mesmo de pensar primeiro em nós, porque se assim não for estamos a fazer mal a quem mais gostamos!
Sempre fui muito contra medicamentos, anti depressivos então... nem pensar!
Mas comecei a tomar! As primeiras semanas foram péssimas, por causa dos efeitos secundários, ainda me sentia pior!
Mas agora começo a ver melhoras! Deixa-me muito feliz acordar de noite assim que o Miguel faz barulho. Já não me sinto uma péssima mãe!
Posso não ser a melhor mãe do mundo, mas faço o melhor que sei e que posso!
Para nos ajudar a sentir bem, é preciso tirar um bocadinho para nós.
Faz-nos bem tratar de nós, quer seja ir ao cabeleireiro ou arranjar as unhas, seja o que for! É importante ter auto estima!
Conversar, e contar o que nos vai cá dentro também ajuda! Há sempre alguém, nem que seja uma só pessoa, que nos há-de compreender!
O João tem-me compreendido e ajudado! Nesta fase foi ele a única pessoa com quem pude contar!
Ter vergonha deste tipo de coisas é normal!
Mas falar e resolvê-las ajuda muito!

1 comentário:

  1. olá....
    Adorei...este post.
    Linda podias ter desabafado comigo
    Beijo grande

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